17 de fev. de 2015

quantas vezes o mundo pisou no que você tinha de mais precioso dentro de si e a vida seguiu como se não importasse o quão machucada você estava?
porque você me disse estar cansada e eu quis saber o quê te deixou assim. afinal, eu queria que você falasse a respeito do que te aflige, do que te dói e te puxa cada vez mais fundo. porque se não falarmos sobre essas coisas, elas não vão embora e passam a nos corroer por dentro até que não sobre nada.
quantas vezes você abdicou dos seus problemas e das suas dores para tentar resolver os de outra pessoa?
e você me explicou que é porque todos tem problemas e estamos aqui pra cuidar um do outro, ajudar um ao outro.
quando, na verdade, é difícil ver quem a gente ama triste e não fazer nada a respeito.
quantas vezes você pensou que não poderia mais ir em frente, uma vez que tudo se tornou pesado e sem sentido, mas continuou aqui?
e eu quis te explicar que a vida é sobre isso: o quanto a gente é afetado e a maneira que respondemos ao que nos afeta.
mas às vezes as palavras não são suficientes e às coisas boas parecem tão longe da realidade que passamos a vê-las como utopia.
mas não são.
elas ainda existem no meio disso tudo, mesmo que às coisas ruins muitas vezes as distorçam ou as escondam.
porque você é um alguém incrível nesse mundo cruel e eu queria poder dividir o peso, a tristeza e o cansaço, para que jamais se sentisse só.
porque eu cuido de você no meu pensamento e concentro as minhas energias em pedidos ao universo de que fique bem.
porque talvez eu não saiba como te ajudar e nem possa te livrar de nada disso, mas eu faria se pudesse.
porque esse texto não diz absolutamente nada de útil pra você agora, mas ainda estou a escrevê-lo, só pra que saiba o quão a sua existência é incrível e o quanto eu sou grato por ela, mesmo que, por vezes, doa perceber que está exposta a toda sujeira do mundo.
você é tão maior do que tudo isso.
eu sinto muito.

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