Estava tudo sob controle até você entrar por aquela porta. Eu não te vi, te reconheci, como se você tivesse entrado por aquela porta várias e várias vezes, tudo bem que a casa não era minha, os móveis não eram meus, creio que meus sentimentos também não me pertencem mais, é tudo mais seu do que meu aqui.
Eu ouvi aquela música que me instigava a te dizer coisas que não saiam da minha cabeça a tempos. Tu estava ali na minha frente e eu não podia fazer nada além de sorrir e respirar. Eu queria que tu acreditasse que você é mais do que tu pensa e eu sei ou quero pensar que você sabe, lá no fundo. E não quero te dar chances de me fazer te odiar por me magoar, nem nada disso mas se um dia isso acontecer, fique sabendo que é culpa desse sorriso despreocupado, desse jeito cheio de alma de dizer "Pretinha!" e esses passos carregados de dores no peito que te vejo andando da sala pra cozinha, da cozinha pro banheiro, do banheiro pra sala denovo..
Eu não quero te assustar, nunca foi minha intenção, não mesmo. Eu sou muito coração, alma e ar, e as pessoas não sabem como lidar com isso, eu sei. Venho carregada de amor e cortes por todo meu corpo, cada um com uma história, cada um com um sentimento que lhe convinha. Eu sou uma verborragia errante. E escrever sobre você, só deixa as coisas mais a flor da pele, com o coração, saindo, pela boca. Tu me doi em lugares que nem sabia que existiam e me aconchega ao mesmo tempo com tão pouco.
Não quero que as pessoas entendam, eu entendo, e tu tá aí, andando pra lá e pra cá e eu só olhando com sorriso tímido no rosto e pensando:
- Imagina o que aconteceria se tu soubesse o tanto de vezes que escrevi sobre isso e apaguei pensando que disso não se escreve, se sente.
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