(...) Uma mulher: Franscisca: Francisca Júlia da Silva Münster, autora de muitos livros de poemas parnesianos, a quem Olav Bilac dedicava os maiores elogios. Casada e louca de paixão pelo marido, abandonou a poesia para dedicar-se exclusivamente ao lar. Uma demonstração de amor equivalente, nos dias de hoje, à tatuagem de Deborah. Vai que um dia o amado esposo, cujo nome era Filadelfo Edmundo Münster, contrai tuberculose e vem a falecer. Incomformada, sentindo-se perdida e com os sonhos perdidos, Francisca Júlia abraçou-se ao cadáver, no caixão pouco antes do enterro. Foi afastada dali por parentes e amigos, que a levaram para o quarto do casal. E lá, na ampla cama, como em cima de um palco, entre dois travesseiros com suas fronhas de linho trescalando alfazema, Francisca Júlia fechou os olhos para sempre. Sem um gesto, um gemido, um suspiro, nada. Quando foram chamá-la, encontraram-na morta, um sorriso tranqüilo nos lábios. Retardou-se o enterro de Filadelfo, à espera da esposa. Saíram juntos depois, cada um em seu caixão de cedro, rumo ao mesmo túmulo, no cemitério do Araçá, em São Paulo, onde repousam até hoje, e onde pode-se ver uma impotente estátua da que
morreu de amor, assinada por Victor Brecheret.
Era um dia claro, bonito, de céu
muito azul. Era 10 de novembro de 1920. Francisca Júlia tinha 49 anos.
Isso é amor. E desse amor, se morre.(Trecho retirado do livro que terminei de Manoel Carlos - A arte de reviver.)
E eu ainda fico sentida por saber que algumas pessoas acham que amor se faz e se desfaz com lembranças e/ou esquecimentos, pois é.. talvez não seja amor, nunca chegou a ser, mas fico feliz de ter a vida inteira para isso e se um dia morrer de amor, não preciso de muito, só me aconchegar entre seus braços porque pelo menos ali, você me faz reviver, seja por um momento ou pela eternidade.
Eu ainda acredito nesse coração vagabundo, acredito sim.
e desse amor não quero provar não, eu acho.
ResponderExcluiré o melhor amor que existe, eu sinto.
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